Ele podia simplesmente ter passado. Mas naquele momento, Samuel Aghehowa, jovem promessa do F.C. Porto, mostrou que a grandeza não se vê apenas dentro das quatro linhas.
O craque nigeriano, de apenas 19 anos, estava no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, pronto para embarcar numa curta viagem com a equipa, quando algo chamou a sua atenção: uma mulher em pânico, com os olhos cheios de lágrimas, chamava insistentemente por alguém. Um menino — o seu filho — tinha desaparecido.
Sem hesitar, Samuel aproximou-se.
“Está tudo bem, senhora? Posso ajudar?”
A resposta foi imediata: o filho de 6 anos tinha-se afastado enquanto ela fazia o check-in, e agora não o encontrava em lado nenhum.
Uma Corrida Contra o Tempo
Sem esperar por seguranças ou pela ajuda de outros, Samuel começou a procurar. Percorreu lojas, corredores e áreas de espera. A sua preocupação era evidente. Com a permissão dos funcionários, pediu para fazer um anúncio nos altifalantes do aeroporto.
Com voz calma e segura, o jovem jogador dirigiu-se ao microfone:
“Olá, este é o Samuel Aghehowa, jogador do F.C. Porto. Se o teu nome é Rafael e estás a ouvir isto, a tua mãe está à tua espera no balcão de informações. Está tudo bem. Vem até aqui.”
O Momento do Reencontro
Minutos depois, um pequeno rapaz apareceu, pela mão de uma funcionária da limpeza. Ao ver a mãe, correu para ela sem hesitar. Ela caiu de joelhos e abraçou-o com força, emocionada e aliviada.
O terminal, que até então estava em silêncio tenso, explodiu em aplausos. Passageiros, funcionários e até turistas estrangeiros que reconheciam o jogador, não conseguiam esconder a emoção do momento.
A mãe, entre lágrimas, aproximou-se de Samuel e disse:
“Não o conhecia pessoalmente, mas hoje vi quem realmente é. Salvou-me o coração.”
Resposta de Samuel Aghehowa
Com humildade, o jovem azul e branco apenas respondeu:
“Não fiz nada demais. Qualquer um faria o mesmo. No futebol, aprendemos a jogar em equipa. E na vida também.”
Mais do que Futebol
O gesto correu as redes sociais portuguesas. Muitos elogiaram o jogador pela sua maturidade, empatia e coragem. O F.C. Porto, em comunicado, aplaudiu o ato:
“Orgulhamo-nos de formar atletas com talento e, acima de tudo, com coração.”
Naquele dia, Samuel Aghehowa não marcou um golo — mas conquistou algo maior: o respeito e a admiração de um país inteiro.
